Obrigado, Save the Children

Sunday 25 July 2021

"Obrigado Save the Children” – foi com estas palavras que a Ministra da Educação, Carmelita Namashulua, manifestou hoje o contributo dado pelo projecto STAR-G Transição Bem-Sucedida para o Avanço dos Direitos das Raparigas, cujo derradeiro momento teve lugar num evento de partilha das lições aprendidas durante os últimos três anos, que correspondem ao período da sua implementação.

Para o Governo de Moçambique, os objectivos perseguidos pelo STAR-G estiveram alinhados com o plano sectorial da educação, que prioriza a rapariga dada as barreiras (económicas, de acesso, de ensino-aprendizagem e as relacionadas ao género e normais sociais) que continuam a privilegiar os rapazes.

“A educação da rapariga constitui um imperativo do Plano Quinquenal do Governo 2020-2024 porque ela continua com as oportunidades reduzidas e por isso projecto concebido e implementado em parceiria com a Save the Children tem objectivos que reforçam os objectivos do Governo no que diz respeito à criação de capacidades da rapariga”, disse a ministra, sublinhando que “agradecemos a Save the Children por partilhar os resultados e lições aprendidas e esperamos que estas ajudem a fortalecer as futuras intervenções em prol da rapariga”.

Na mesma ocasião, a Save the Children partilhou e ofereceu ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, livros de incentivo à leitura e escrita desenvolvidos no contexto do ensino bilingue em Moçambique. Trata-se de materiais de ensino-aprendizagem concebidos em colaboração com o Instituto de Formação de Professores de Nampula e a Direcção Nacional de Ensino Primário, validados para uso no ensino pré-escolar e primário pelo Conselho Técnico daquele ministério. Para a ministra do pelouro, estes livros vão igualmente ajudar a reforçar as competências das raparigas.

 O projecto STAR-G foi implementado a partir de 2018, beneficiando 63,231 crianças, das quais 30,616 meninas e 32,615 meninos nas províncias de Gaza, Manica e Tete.

A gestora do projecto, Nely Simbine, destacou significativos ganhos para as raparigas durante estes três anos e sublinhando as lições aprendidas, nomeadamente a importância do envolvimento e a colaboração com funcionários da educação em todos os níveis e departamentos desde o início do projecto. Segundo afiançou, esta colaboração foi crucial para construir um entendimento comum, responsabilidade, sentido de pertença e sustentabilidade.

 

Destacou também as campanhas comunitárias de consciencialização em massa como sendo um meio eficaz para influenciar e aumentar as atitudes positivas entre os membros da comunidade, homens e mulheres, em relação à educação das raparigas. Por outro lado, a Save the Children entende que o aprendizado online e remoto, resultantes das adaptações face à COVID-19, são outro ponto a reter como uma boa prática de implementação deste tipo de iniciativas e que permitiu continuar, de forma viável e eficaz,  continuar e expandir o aprendizado além da sala de aula para as casas de meninas e meninos.

Entre os sucessos e desafios, a Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano entende que todos os aspectos devem servir de lição para expandir o diálogo e assegurar que os serviços de educação com foco na rapariga sejam constantemente melhorados.

Entretanto, Judas Massingue, Director-Adjunto para o Desenvolvimento de Programa e Qualidade da Save the Children, anunciou que, “enquanto encerramos o projecto STAR-G, e inspirados por este, desenvolvemos uma nova iniciativa denominada “She Belongs in School – Ela pertence à Escola”, com mesmo foco na educação da rapariga”. Trata-se de uma iniciativa, com financiamento do Governo Canadiano, a ser implementada nas províncias de Nampula e Niassa e tem a particularidade de estar já adaptada aos desafios da COVID-19.