Parceiros financeiros do LAN animados com os progressos do projecto

Tuesday 21 August 2018

Em Moçambique, a desnutrição crónica, que se manifesta pela falha no crescimento nos primeiros anos de vida é responsável por um terço das mortes em crianças de cinco anos, sendo que as primeiras causas imediatas destas condição são a ingestão inadequada de nutrientes, níveis elevados de infecção e agravidez precoce. Por outro lado estão as dietas monótonas, com deficiência de micronutrientes, que acabam afectando a maioria da população. Como consequência - tal como indica o Plano Nacional de Acção para a Criança 2013-2019 (PNAC II), intitulado ‘a criança em primeiro lugar’ - uma em cada duas crianças menores de cinco anos não consegue atingir o seu potencial de crescimento físico, mental e cognitivo.

 

Com vista a combater esta condição e complementar as acções do Governo de Moçambique, principalmente em mulheres grávidas e menores de cinco anos, a Save the Children, em parceria com a Helen Keller International (HKI) está a implementar, desde Novembro de 2017, nas províncias de Manica e Tete o projecto Ligando a Agricultura à Nutrição (LAN). O objectivo deste projecto é contribuir para que as mulheres grávidas e cuidadoras de crianças menores de cinco anos adoptem comportamentos essenciais de higiene e nutrição, os agregados familiares tornem-se mais resistentes e experimentem uma maior segurança alimentar e nutricional durante todo o ano e que as disparidades de género sejam reduzidas na carga de trabalho, equilibrando a tomada de decisões ao nível doméstico.

 

A ser implementado até Março de 2021, o projecto LAN recebeu, na última semana de Julho, uma visita dos parceiros financeiros, cuja delegação estava composta por representantes do Department for International Development (DFID), Save The Children UK  e HKI e tinha como objectivo avaliar o grau de implementação do projecto através da experiência e percepção dos próprios beneficiários. Foram visitados os distritos de Changara e Tsangano, em Tete e os de Guro e Barué, em Nampula.

 

Durante seis dias (22 a 27 de Julho), os doadores visitaram e interagiram com as comunidades tendo, por fim, expressado enorme satisfação pelos progressos observados nesta fase inicial do projecto. Cate Turton, chefe do DFID em Moçambique, em nome da comitiva dirigiu-se aos beneficiários da comunidade de Chicabula, em Tsangano manifestando agrado pelos progressos nas componentes de agro-pecuária,  nutrição e género naquela província. “Agradeço a todos os actores envolvidos pelo empenho. Esperamos ver mais progressos nos próximos anos.” Igual exectativa foi manifestada pelo Oficial de programas da DFID, Hermínio Chirinze, no distrito de Bárue, em Manica. 

 

Nas suas acções, o LAN previlegia o aumento da produção e da produtividade agrícola. Com base em técnicas agrícolas, o projecto está a introduzir uma variedade de culturas resistentes à seca e ricas em micronutrientes para a diversificação da dieta e melhoria da segurança alimentar - cuja ausência é tida como uma das causas de desnutrição crónica.

Além de representar uma das principais causas de morte, a desnutrição crónica pode trazer danos irreversíveis à saúde durante todo o ciclo de vida, tais como baixa estatura, fraca capacidade produtiva e física, diminuição da função cognitiva, resultando num menor rendimento escolar e maiores riscos de doenças degenerativas como as diabetes e a obesidade.